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Parceria entre o povo Paiter Suruí e empresários de Rondônia vai gerar inovação em negócios sustentáveis

As cerca de 1700 pessoas que formam o povo indígena Paiter Suruí habitam os 248 mil hectares, entre os estados de Mato Grosso e Rondônia, onde fica a maior parte do território, e se dividem em 30 aldeias. Uma delas está entre as mais antigas, é a Lapetanha, situada na Terra Indígena Sete de Setembro, em Rondônia, de onde surgiu um convite histórico, vindo do grande líder indígena Almir Suruí, para que o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Rondônia (FIERO), e do Instituto Amazônia +21 Marcelo Thomé o visitasse: “A gente quer que o mercado valorize nosso esforço como indígenas, por isso que a gente convida vocês para visitar nossa aldeia e falar de negócios, porque a gente precisa se aproximar e entender um ao outro, conhecer os desafios e os avanços, ver onde nós podemos andar juntos, valorizar nossos conhecimentos e conservar a floresta”, afirma Almir.

Thomé aceitou o convite e visitou o povo Paiter Suruí no último dia 23 de março. Ele foi acompanhado por equipes de trabalho da FIERO e do Instituto Amazônia +21. “Estamos aqui para entender de que maneira podemos trabalhar com os Suruí, que têm uma história incrível de superação e também de iniciativa empreendedora, muito significativa; já desenvolvem uma série de atividades, e na medida em que a gente consiga apoiá-los, podemos construir aqui uma nova história de respeito e reconhecimento de valores entre os povos originários e os setores produtivos de Rondônia e do Brasil”, afirma.

A visita começou pelo projeto local de agrofloresta, onde a comunidade trabalha desde 2005 com 32 espécies de plantas nativas, numa área de cultivo em que já plantaram aproximadamente um milhão de mudas, produzidas de forma sustentável, e com dicas de Almir Suruí, como: “aqueles que querem recuperar suas nascentes, plantem plantas que vão produzir depois, e apoiar economicamente também”.

Na trilha inspiradora da floresta Suruí, é possível contemplar alguns dos 800 pés de castanheiras, que geram aproximadamente 80 toneladas de castanhas com o selo FSC – certificação internacional de produtos que garante a origem responsável dos produtos florestais.

O reconhecimento da qualidade dos agricultores indígenas também está comprovado pelo café robusta da Amazônia que é cultivado por eles, com o método ILPF – A Integração Lavoura Pecuária Floresta, que é a integração de diferentes sistemas produtivos, agrícolas, pecuários e florestais dentro de uma mesma área. Cada família tem sua roça, e faz do seu jeito.

E por falar em café, é lá que vive a primeira barista indígena do Brasil, Celeste Suruí, que tem feito sucesso por onde passa.

A Educação SESI-SENAI também esteve em pauta na ocasião. Seus representantes integrantes da equipe, propuseram parceria para ensinamentos técnicos em inúmeras possibilidades de formação profissional que compõem seu portfólio, para os moradores da aldeia, como manutenção de máquinas, mecânica de motores, instalação elétrica, sistemas hidráulicos, e ainda boas práticas de fabricação, beneficiamento de matérias-primas, processamento de alimentos, melhorias de cultivos, segurança do trabalho, embalagens, e o fomento do pensamento de mercado como veículo de vendas.

O Instituto Amazônia +21 atuará nessa parceria, reafirmando seu compromisso de aperfeiçoamento de ações que mantém a Amazônia em pé, propondo a adoção de modelos de governança integrada, com a idealização de um plano de desenvolvimento completo, capaz de promover mudanças com possibilidades reais de alavancagem e verticalização de alguns setores, como otimização da produção de cacau, café, castanha, banana, mandioca e babaçu. Expansão do turismo. Implantação de piscicultura, regeneração de solos degradados, destinação de resíduos sólidos orgânicos para produtos comerciais. E geração de oportunidades de negócios em alta, como comercialização de créditos de carbono.

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