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Análise das Perspectivas para as Eleições de 2026 em Rondônia

As eleições de 2026 em Rondônia prometem uma disputa acirrada e marcada por reconfigurações políticas. Com a impossibilidade de reeleição do atual governador Marcos Rocha, o cenário está aberto para lideranças que começam a movimentar suas peças em busca de alianças e fortalecimento de imagem para conquistar o eleitorado.

Governo de Rondônia: Principais Pré-candidatos e Seus Desafios

  1. Senador Marcos Rogério (PL): Atualmente, o nome de Marcos Rogério figura entre os possíveis candidatos ao governo, porém, enfrenta desafios significativos. Sua avaliação como senador não é positiva, o que pode impactar suas chances, especialmente se não conseguir melhorar a percepção pública de seu trabalho. No entanto, a manutenção do Partido Liberal (PL), impulsionada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, pode favorecer a candidatura de Rogério, sobretudo se ele consolidar alianças no estado e mantiver uma agenda de apoio ao bolsonarismo, ainda forte em Rondônia.
  2. Prefeito Hildon Chaves (PSDB): Hildon Chaves, prefeito de Porto Velho, é outro nome com potencial para a disputa. Embora filiado ao PSDB, ele poderá buscar espaço em partido com ideologia mais à direita. Contudo, a derrota de Mariana Carvalho, sua candidata na capital, seu reduto, enfraqueceu seu capital político em Porto Velho, o que exige uma recuperação rápida de sua popularidade para enfrentar o cenário de 2026 com competitividade.
  3. Deputado Federal Fernando Máximo (União Brasil): Fernando Máximo, o deputado federal mais votado em 2022, desponta como uma liderança forte e articulada. Sua posição no União Brasil está instável, após apoiar Leo Moraes, vencedor das eleições para prefeito da capital, contrariando acordos de seu partido. Essa escolha, entretanto, fortaleceu seu nome entre os eleitores da capital, colocando-o como um nome expressivo para o governo. Caso migre para outra sigla, Máximo poderá buscar alianças que o consolidem no cenário estadual.
  4. Prefeito de Cacoal, Adailton Fúria (PSD): O PSD emergiu como uma força nacional nas últimas eleições, e Adailton Fúria, prefeito reeleito de Cacoal, surge como um representante do partido em Rondônia com possibilidades reais ao governo. Fúria, com uma base consolidada, pode atrair o eleitorado do interior e representar uma novidade entre os concorrentes tradicionais. Sua candidatura pode ser uma surpresa se ele conseguir expandir sua base no interior e fortalecer alianças na capital
  5. Vice-governador Sérgio Gonçalves: Outra figura a ser observada é o vice-governador Sérgio Gonçalves, que poderá ganhar força caso assuma o governo na renúncia de Marcos Rocha em sua eventual candidatura ao Senado. Gonçalves, por sua proximidade com Rocha e por sua possível ascensão ao governo, pode usar a máquina estadual para fortalecer sua posição e compor alianças importantes.
  6. Ex-governadores Ivo Cassol e Confúcio Moura: Entre os veteranos, Cassol e Confúcio buscam uma reentrada na cena estadual. Cassol, com sua base de apoio tradicional, ainda luta contra a possível inelegibilidade, enquanto Confúcio Moura tenta reconfigurar sua imagem como senador após enfrentar críticas e desgaste ideológico. Ambos podem concorrer ao governo, mas encontram desafios maiores para conquistar o eleitorado que busca renovação e novos perfis na política local.

Senado: Uma Disputa Aberta com Duas Vagas

Com duas vagas para o Senado em 2026, a corrida tende a ser acirrada entre lideranças bem avaliadas e outras que tentarão se reposicionar.

  1. Deputada Federal Silvia Cristina (PP): Líder em aprovação no interior do estado, especialmente pelo seu trabalho na área da saúde, Silvia Cristina aparece como uma forte candidata ao Senado. Com uma base sólida em 51 municípios do interior, Silvia conta com o prestígio de suas ações parlamentares, especialmente na área de saúde, que a colocam como favorita entre os eleitores dessas regiões.
  2. Governador Marcos Rocha: O atual governador, que se despede do Executivo em 2026, é outro nome forte para uma das vagas no Senado. A vantagem de Rocha está em sua posição de poder articular alianças, por sua posição atual no governo. Caso Marcos Rocha consiga garantir os apoio possíveis, sua candidatura ao Senado se fortalece, dando-lhe boas chances de vitória.
  3. Outras Possibilidades – Marcos Rogério e Confúcio Moura: Caso não concorram ao governo, Marcos Rogério e Confúcio Moura poderão tentar a reeleição ao Senado. No entanto, ambos enfrentam o desgaste de seus mandatos e a avaliação desfavorável da opinião pública, o que poderá dificultar a reconquista de suas cadeiras, sobretudo diante de candidatos mais bem avaliados como Silvia Cristina e Marcos Rocha.
  4. Fernando Máximo: Embora bem cotado para o governo, Fernando Máximo também é uma opção para o Senado. Contudo, seu espaço eleitoral, concentrado na capital, e a força de Silvia Cristina na saúde e no interior do Estado podem fragmentar seu apoio, o que dificulta a construção de uma candidatura viável à Câmara Maior, especialmente se ele não consolidar alianças que ampliem sua base de apoio.

O Ano Decisivo de 2025

As eleições de 2026 podem parecer distantes, mas 2025 será o ano decisivo para os candidatos construírem suas bases e fortalecerem suas candidaturas. É o período crucial para alianças estratégicas e para consolidar a presença nas comunidades, nas mídias e nas redes sociais, ferramentas essenciais para engajar o eleitorado e mobilizar apoios. Entre os potenciais candidatos, será essencial definir as alianças partidárias, especialmente para aqueles que buscam apoio dos partidos que emergem como forças dominantes.

Além disso, com a polarização política ainda presente e a força de temas ideológicos no estado, a consolidação de candidaturas poderá passar por uma identificação mais clara com as pautas conservadoras e de desenvolvimento econômico, uma vez que Rondônia ainda concentra uma base de eleitores alinhados com a direita e centro-direita. Assim, 2025 será o ano em que os candidatos precisarão não apenas se mostrar, mas também convencer.

Dado o dinamismo político, até outubro de 2026 muitos fatores poderão influenciar o rumo dessas candidaturas. No entanto, as ações do próximo ano serão determinantes para os futuros ocupantes dos principais cargos eletivos do estado.

Por: Dejanir Haverroth

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