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RECONHECIMENTO: Professor da UNIR vence premiação literária em Portugal

Osvaldo Copertino recebeu prêmio para obras poéticas em língua portuguesa por ‘À Sombra do Escondido’

Com o livro de poesia “À Sombra do Escondido”, o professor doutor Osvaldo Copertino Duarte, do campus de Vilhena da Universidade Federal de Rondônia (UNIR), foi o ganhador da edição 2022 do Prêmio Literário João da Silva Correia. O concurso é promovido pela Câmara Municipal da cidade portuguesa de S. João da Madeira e dedicado a distinguir obras poéticas em língua portuguesa. A premiação e o lançamento do livro ocorreram no dia 8 julho, durante a realização da Feira do Livro da cidade.

Após analisar todas as obras inscritas no concurso – provenientes de várias localidades de Portugal, França e Brasil –, o júri decidiu por unanimidade premiar o livro “À Sombra do Escondido”, considerando que a obra se destacou “pela sua coragem verbal e imagética e pela rica densidade do seu mundo poético”

Luís Filipe Castro Mendes, um dos integrantes do júri, defende que “À Sombra do Escondido é um livro que nos faz acreditar na força da poesia”, pois “a poesia é a arte de transformar, pela força das palavras, as cinzas em cristal. Pode depois o poeta levar para o exílio apenas as cinzas e as sombras, como enuncia no último poema deste livro. Não importa: ‘no limite da dor há sempre uma janela, uma janela iluminada’ (Éluard). A poesia é essa janela de onde podemos aperceber, contra toda a cinza e toda a dor, o puro cristal das palavras”.
 
 
Para o autor Osvaldo Copertino, o prêmio é um reconhecimento público de um trabalho de muitos anos, visto que a escrita sempre esteve presente em sua vida: “Escrevo desde sempre, esse não é o primeiro livro. Eu tenho publicado com certa frequência, não só textos de ficção, mas também textos de crítica literária. É um exercício”.
 
 
O escritor admite que a Amazônia exerce especial influência em sua obra. Em suas palavras, “tudo o que eu vejo, o modo como compreendo o mundo, passa pelo filtro de ter vivido/viver na Amazônia”. E vivendo nessa região, Osvaldo desenvolveu – em longo aprendizado – um modo particularmente compenetrado de interpretar a realidade, a cultura e o país: “Quero ser filho das águas, irmão das pedras”.
 
 
A reação de Copertino à premiação de sua obra foi de surpresa, gratidão e felicidade. Mesmo reconhecendo o valor de seu escrito, o autor diz ter contado com um pouco de sorte e reflete: “Quantas obras geniais passaram anos para serem percebidas? E a minha nem é genial […]. Pelo fato de ter participado, de ter sido escolhido, entre várias pessoas que eu nem conheço, penso que o livro pode sim, ter algum mérito, mas o fato de ter sido o primeiro entre dezenas de pessoas tem um pouco do imponderável, daquilo que não se tem muito controle”.

A obra foi publicada pela editora Âncora, de Lisboa, e pode ser encontrada em sua loja virtual, neste link. O autor adianta que pretende elaborar uma edição brasileira da obra em breve, e enquanto isso não acontece, aguarda a remessa de exemplares vindos de Portugal para fazer o lançamento do livro no Brasil, em outubro.
 
O autor – Osvaldo Copertino Duarte é graduado em Letras, com mestrado em Teoria da Literatura e Literatura Comparada e doutorado em Teoria da Literatura. Como escritor, dedica-se especialmente à poesia, à literatura infantil e ao ensaio literário, tendo escrito ou organizado obras como Dias férteis (poesia), Abri abriste abreu (literatura infantil) e Literatura como lugar (ensaio literário).
 
Além dessas, o professor escreveu e organizou outras obras, como “500 anos da circum-navegação do mundo: pesquisas em linguística, literatura e cultura dos países de língua portuguesa” e “Novas contribuições em investigação e ensino em língua portuguesa”.
 
Sobre o prêmio – Lançado em 2006, tem o nome do escritor e jornalista português sanjoanense João da Silva Correia (1896-1973), autor do romance “Unhas Negras”. É promovido pela Câmara Municipal da cidade portuguesa de S. João da Madeira e operacionalizado pela Biblioteca Municipal Dr. Renato Araújo. Trata-se de uma iniciativa concebida para promover a criação literária em língua portuguesa, identificando e premiando novos talentos da literatura, dando-lhes a oportunidade de verem a sua obra publicada.
 
Nesta última edição foram recebidos 79 originais de poesia, que foram avaliados pelo júri composto pelo embaixador, diplomata, escritor e poeta português Luís Castro Mendes – Ministro da Cultura de Portugal entre abril de 2016 a outubro de 2018 –; o poeta e escritor português de literatura infanto-juvenil, José Fanha; e, ainda, um representante da editora Âncora, responsável pela publicação da obra premiada.

Fonte: rondoniaovivo.com

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