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Dia da Amazônia: os desafios para conciliar a preservação e o desenvolvimento da região

Em entrevista exclusiva para a Agência Gov, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima fala da importância da data e as medidas para preservar a floresta

Uma data especial para celebrar a maior floresta tropical do mundo. O dia 5 de setembro é o Dia da Amazônia, um marco para alertar a sociedade sobre as necessidades de preservação do bioma, um dos mais valiosos patrimônios naturais da humanidade. “É um dia especial porque homenageia, de forma justa, uma das maiores e mais importantes florestas do mundo para o equilíbrio do planeta”, afirma a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, em entrevista exclusiva concedida à Agência Gov.

“É também um dia criado para que a gente tome consciência da importância de preservar e usar com sabedoria os recursos naturais, respeitando aqueles que residem ali, vivendo milenarmente, e que têm conhecimentos associados àquela riqueza”, complementa. Além da biodiversidade e recursos hídricos, a floresta Amazônica possui uma grande diversidade cultural em função dos povos indígenas que nela habitam, destaca Marina Silva.

Segundo a ministra, o Governo Federal priorizou a agenda ambiental como estratégica para o País no mais alto nível em relação ao clima, desmatamento e proteção dos povos indígenas. “Nosso compromisso é com o desmatamento zero. Para os povos indígenas, queremos demarcar suas terras e evitar que sejam invadidas ou ocupadas por criminosos”, destaca.

Um dos desafios é evitar que a Amazônia entre no chamado ponto de não retorno, quando a floresta perde sua capacidade de se autorregenerar, em função do desmatamento, da degradação e do aquecimento global, tendendo, então, ao processo de desertificação. Nos primeiros oito meses do atual governo, houve redução de 42% no desmatamento da Amazônia. O resultado é fruto de ações de fiscalização de órgãos como o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), com apoio da Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e Força Nacional de Segurança.

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima diz que o objetivo é fazer com que o desmatamento caia estruturalmente. “Queremos que ele caia porque mudou a forma de olhar para a floresta. Em vez de derrubar as árvores para atividades que são incompatíveis com a sua preservação, que a gente tenha atividade que a mantenha a floresta em pé”. As opções seriam atividades como ecoturismo e bioeconomia, para criar um novo ciclo de prosperidade onde tenha lugar para todos, mas em bases sustentáveis. “A Amazônia é muito grande, tem lugar para o indígena, o extrativista, o agronegócio, o ecoturismo, a bioeconomia, desde que respeitando a todos”, ressalta Marina Silva.

Cúpula da Amazônia

Outra medida para frear o desmatamento na floresta Amazônica em toda a região é a cooperação entre os países abrangidos pelo bioma. No mês passado, o governo brasileiro organizou, em Belém (PA), a Cúpula da Amazônia, evento que reuniu chefes de Estado e a sociedade civil organizada dos oito países integrantes da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA): Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela. O objetivo do encontro foi a adoção de uma política comum para o desenvolvimento sustentável da região. “Foi um processo inovador e todos os países saíram comprometidos em trabalhar conjuntamente por entender que ninguém isolamento vai conseguir controlar a questão do desmatamento e da mudança do clima”, lembra a ministra.

Fundo Clima

Outra iniciativa é a retomada do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima, criado para financiar projetos, estudos e empreendimentos que visem à redução de emissões de gases de efeito estufa e à adaptação aos efeitos da mudança do clima. O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), operador do Fundo, já anunciaram a captação de R$ 10 bilhões para financiar os projetos.

O Fundo Clima foi criado em 2009 e começou suas operações dois anos depois como um dos principais instrumentos da Política Nacional de Mudança do Clima (PNMC). Desde então, foram investidos R$ 2,3 bilhões na mobilidade reembolsável e R$ 128 milhões na modalidade não reembolsável, gerida pelo MMA, e cujo orçamento passou de R$ 525 mil em 2022 para mais de R$ 3,5 milhões neste ano.

A entrevista completa, dada com exclusividade para a Agência Gov, você confere na noite desta terça-feira (05/09), a partir das 20h30, no Canal Gov. Não perca!

Fonte: Gov.com

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